No dia 04 de Dezembro de 2023, a SECEX do Brasil iniciou uma análise sobre a aplicação dos direitos antidumping, que provavelmente aumentará o custo de pneus novos radiais para ônibus e caminhões, especificamente nos tamanhos de aro 20″, 22″ e 22,5″.
Essa medida representa um contratempo significativo para o setor de transporte do país, afetando diretamente o custo dos pneus para profissionais autônomos, frotas e fabricantes de implementos rodoviários. Com este aumento no preço dos pneus, que já são o segundo maior custo no transporte após o óleo diesel, espera-se uma elevação nos custos do transporte, tanto para o agronegócio quanto no transporte de produtos essenciais como feijão, arroz e medicamentos.
Este cenário é impulsionado pelo intenso lobby da indústria de pneus, dominada por multinacionais que priorizam a maximização de lucros em detrimento de investimentos em tecnologia e renovação industrial, focando em medidas restritivas ao setor de importação. Estas empresas buscam monopolizar o mercado de pneus no Brasil, um dos pneus mais caros do mundo, impactando severamente os custos logísticos do país.
Apesar dos 20 mil empregos gerados por esta indústria, os mais de um milhão e meio de caminhões no Brasil são muito mais importantes e enfrentarão consequências ainda mais significativas. A indústria de pneus no país, se transveste de indústria automotiva, mas são irrelevante para o desenvolvimento nacional.
O Brasil deve deixar de ser uma colônia destas multinacionais exploradoras, que focam na transferência de lucros para suas matrizes no exterior. As fábricas de pneus no Brasil estão entre as mais lucrativas do mundo, mantendo suas informações e balanços trancados a sete chaves.
Recentemente, conseguiram um aumento de 16% no imposto de importação de pneus de carga, e agora buscam expandir o escopo do antidumping, encarecendo ainda mais o pneu. Este é apenas o começo de suas ações, e elas precisam ser contidas. Do contrário, podemos esperar uma séria de novas medidas contra o setor de pneus e contra o transporte brasileiro.
Diante desta situação, se importadores, federações de transporte, associações, sindicatos e fabricantes de caminhões e carretas não resistirem a essa tendência e lutarem, prevalecerá a dominância dos sangue-sugas
.Este é um momento crucial para uma reação coletiva, buscando equilíbrio e concorrência justa no setor. Não podemos aceitar que o Brasil se torne refém desta indústria.
Fonte: Redação Terra
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