Tânia Rêgo/Agência Brasil
A cada 3,2 segundos uma tentativa de fraude é registrada no Brasil. Em outubro, foram contabilizadas 837.419 tentativas de golpes contra consumidores e empresas , segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian. Em relação a setembro, o aumento foi de 2,3%. O segmento com a maior parte das ocorrências foi o de bancos e cartões (50,2%) e o menos visado pelos criminosos foi o de serviços (28,2%).
De acordo com a Serasa Experian, a alta nas tentativas de fraude nos meses finais do ano é marcado pelo aumento nas compras e no uso de crédito. De acordo com a entidade, muitos criminosos tentam roubar identidades para pedir empréstimos e abrir contas em bancos.
“Nesse cenário, a prevenção de fraudes é uma responsabilidade compartilhada entre empresas, consumidores e autoridades regulatórias e todos devem estar atentos para proteger suas informações pessoais e financeiras por meio de ferramentas eficazes. A segurança e autenticação em camadas de proteção, que envolve níveis de tecnologia como biometria facial, verificação de documentos, de dispositivos e identidade, ainda são a melhor opção para identificar quem é quem e, de fato, blindar pessoas e empresas contra golpes”, disse o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.
Consumidores com idades entre 36 e 50 anos (35,8%) foram os alvos preferidos dos fraudadores, enquanto aqueles que têm até 25 anos tiveram a menor incidência (7%).
Em outubro, todas as unidades federativas registraram crescimento nas ocorrências fraudulentas, com destaque para a região Norte, que liderou o ranking com as maiores variações em Rondônia (3,1%), Amazonas (2,7%), Acre (2,7%), Tocantins (2,6%) e Roraima (2,6%). Em relação aos locais com mais investidas criminosas, São Paulo teve a maior participação (28,8%) com 241.379.
O indicador ainda mostrou que ocorreram 3.866 investidas fraudulentas a cada um milhão de habitantes no Brasil. No recorte por unidades federativas, o Distrito Federal liderou o ranking (6.376), seguido por Santa Catarina (5.445) e Paraná (5.251).
Veja 7 dicas para não cair em golpes bancários e como se proteger
Clonagem do cartão de crédito, golpe do Pix, do falso funcionário, troca de cartão no pagamento, golpe do motoboy, boleto alterado: a lista dos tipos de fraudes é cada vez maior, assim como o número de vítimas. Hoje, um terço dos brasileiros já foi vítima de algum golpe financeiro , segundo mostra a pesquisa Febraban-Ipespe (Federação Brasileira de Bancos — Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) divulgada no início deste mês. Saiba quais foram as fraudes mais citadas pelos participantes desse estudo e aprenda a se proteger e a evitar armadilhas:
1. Clonagem do cartão de crédito ou troca do cartão São os golpes mais citados, por 48% dos entrevistados. No primeiro caso, o golpista faz uma cópia do cartão usado pela vítima em um caixa eletrônico ou em uma maquinha de pagamento, ou então a partir dos dados inseridos em sites de e-commerce; assim, ele consegue ter acesso à senha ou alterá-la, o que lhe permite a realização de diversas compras. No segundo caso, em uma venda presencial, ou ao auxiliar a vítima no uso do caixa eletrônico, por exemplo, o golpista pega o cartão e, na hora da devolução, faz a troca muito rápida por outro, falsificado. Nas duas situações, quando o consumidor se dá conta do que aconteceu, o prejuízo já é grande. Dica: na hora das compras presenciais, é preciso ficar atento e conferir se o cartão que lhe é devolvido é o mesmo que você entregou, além de ler se é mesmo o seu nome que está impresso. Se for possível, passe você mesmo o cartão na maquininha, em vez de entregá-lo a outra pessoa. Nos caixas eletrônicos, não aceite ajuda de desconhecidos; procure funcionários. Nas compras online, dê preferência ao uso do Pix ou dos cartões virtuais, que só podem ser usados uma vez.
Agência Brasil / Marcello Casal Jr
2. Golpe do falso empréstimo Organizações criminosas se passam por falsas instituições financeiras e oferecem empréstimos com ótimas condições para o consumidor, inclusive para quem está negativado. Depois que o interessado preenche o cadastro em um site falso, os bandidos entram em contato e pedem que ele assine um contrato, mas, sem que o usuário perceba, inserem cláusulas que preveem multas caso haja desistência. Para que o falso empréstimo seja liberado, os bandidos impõem o pagamento de taxas e impostos.Dica: segundo a Febraban, não existe nenhum tipo de empréstimo em que a pessoa tem de fazer pagamento antecipado, nem mesmo de impostos, taxa de cadastro ou adiantamentos de parcelas. Esse esse tipo de abordagem é fraudulenta. Nas operações regulares de crédito, o cliente recebe o dinheiro e não precisa pagar nada na hora em que contrata o empréstimo. É importante desconfiar de sites e propagandas de empresas que oferecem crédito com condições vantajosas demais. Sempre pesquise antes de fechar o contrato e verifique se a instituição tem autorização do Banco Central para oferecer empréstimos.
Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
3. Golpe do Pix O tipo de fraude mais comum que envolve o Pix ‘pega’ a vítima na hora em que ela vai cadastrar a chave: ela recebe do golpista uma mensagem ou email com um link para a página onde deve fazer esse cadastro. Quando acessa, são solicitados dados como nome, CPF, conta bancária e outros, mas se trata de um site falso, criado por golpistas, que, com essas informações, conseguem usar o dinheiro da conta de forma indevida.Dica: antes de inserir qualquer informação bancária ou pessoal em um site aberto a partir de um link, sempre se certifique de que você está realmente na página verdadeira do seu banco.
4. Golpe da falsa central de atendimento O fraudador se passa por funcionário do banco ou de outra empresa e entra em contato com a vítima, dizendo que a conta dela foi invadida, clonada ou teve algum outro problema. A partir daí, para solucionar o problema, solicita os dados pessoais e financeiros dela. Depois, pede que ela ligue para a central do banco, no número que aparece atrás do cartão, mas continua na linha para simular o atendimento da central e pede os dados da conta, dos cartões e, principalmente, a senha.Dica: se receber esse tipo de contato, desconfie na hora. Desligue o telefone e entre em contato com a instituição pelos canais oficiais, de preferência usando o celular ou aplicativos móveis, para confirmar se algo realmente aconteceu com sua conta. Lembre-se de que nenhum banco liga para o cliente para pedir a senha ou o número do cartão, nem para pedir que realize uma transferência ou qualquer tipo de pagamento.
5. Golpe do falso motoboy Nesse caso, alguém também se passa por funcionário do banco, telefona para o cliente e diz que o cartão dele foi fraudado. Para a segurança da vítima, o falso funcionário pede a ela que informe sua senha e, depois, corte seu cartão sem danificar o chip. Em seguida, diz que enviará um motoboy para retirar o cartão na casa do cliente. Logo, outro golpista aparece no endereço da vítima para buscá-lo. Mesmo cortado, o cartão com o chip intacto funciona normalmente, e os fraudadores podem utilizá-lo para fazer transações e roubar o dinheiro da vítima.Dica: não acredite nesse tipo de ligação, pois os bancos nunca pedem o cartão de volta nem mandam portadores até sua casa para buscar cartões que devem ser inutilizados. Se você receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada a ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um celular, para saber se existe algum problema com a sua conta.
6. Geração de boleto modificado Existem alguns programas disponíveis online que foram criados para alterar códigos de barras de documentos, como boletos bancários, alerta o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Por isso, o consumidor tem de redobrar a atenção ao receber um boleto por mensagem ou email ou ao baixá-lo pela internet.Dica: documentos falsificados costumam ser malfeitos. Faça uma leitura apurada do boleto bancário, verificando se existem erros de português e padrões de formatação suspeitos. Falhas no código de barras também podem indicar fraude. Em casos de contas essenciais, pagas com certa regularidade, a identificação de um boleto fraudulento pode ser feita com a simples comparação do documento atual com os anteriores. Segundo o Idec, há, ainda, vírus que modificam a estrutura dos boletos no momento da impressão. Por isso, o ideal é sempre solicitar o envio do arquivo em PDF, formato mais difícil de ser adulterado.
Cecília Bastos/USP Imagens
7. Golpe do 0800 ou SMS Os enganadores enviam um SMS à vítima em que dizem ter havido uma transação bancária de alto valor no cartão de crédito dela. Junto com a mensagem, vem um link que a pessoa deve acessar; ao clicar nele, é aberto no celular um aplicativo de chamadas, com um número 0800 na tela. Quando a vítima liga para esse número, do outro lado da linha uma falsa atendente informa que é representante do banco e pega os dados do cartão, que serão usados pelos golpistas.Dica: como em outros golpes, duvide de mensagem suspeitas, evite clicar em links de origem desconhecida e lembre-se de que os bancos não solicitam essas informações por telefone. Desligue o telefone e entre em contato com o seu banco por um dos canais oficiais.
Deixe uma resposta