Aumento dos custos com insumos/mercadoria e a falta de clientes estão entre os problemas enfrentados pelos empreendedores [Foto – Reprodução]
Conteúdo/ODOC – A 5ª edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), identificou que atualmente algumas das dificuldades que os pequenos negócios de Mato Grosso enfrentam são o aumento dos custos com insumos/mercadoria, combustíveis, aluguel, energia (36%) e a falta de clientes (32%).
A pesquisa ainda aponta que 77% dos pequenos negócios ouvidos tiveram aumento de custos nos últimos 30 dias. Apesar do aumento dos custos, apenas 11% dos pequenos negócios repassaram integralmente para os seus clientes a subida dos gastos de operação das empresas, 43% não elevaram os preços de produtos ou serviços e 45% fizeram um repasse apenas parcial.
O diretor Técnico do Sebrae/MT, André Luiz Schelini, explica que a pesquisa traz um reflexo muito mais relacionado à atividade no Brasil. “A pesquisa mostra que os pequenos negócios enfrentam dificuldades por comprarem menores quantidades e não conseguem acessar preços melhores, uma vez que não tem barganha de negociação com grandes fornecedores, e grande parte dos produtos comercializados são produzidos ou fornecidos por grandes empresas”, explica.
Schelini ressalta que, quando se trata da dificuldade com relação à falta de clientes, Mato Grosso tem uma atividade econômica diferente do restante do Brasil. “Nós temos no estado os negócios baseados eminentemente na produção primária, onde a atividade empresarial do agronegócio movimenta a atividade do comércio, do serviço e da indústria. Isso é muito importante, uma vez que a atividade do agro, por mais que ela tenha as dificuldades com os preços das commodities, ela mantém uma produção e um fornecimento na produção para o mercado internacional. Do ponto de vista do fornecimento e do trânsito dessas mercadorias, ela está acontecendo e movimenta a atividade empresarial como um todo”, ressalta.
Quando se trata dos pequenos negócios, o diretor explica que é importante identificar quais são as vantagens competitivas que os diferenciam no mercado. “Para trabalhar a falta de clientes é importante para o pequeno negócio entender como lidar com essas situações, se posicionar em uma estratégia de branding, estratégia de diferenciação, de trabalhar a gestão do valor como um diferencial competitivo para as empresas que vão consumir ou adquirir produtos”.
O atendimento, bons relacionamentos e estratégias são os aspectos essenciais para a construção da percepção do público sobre a empresa não só para garantir a venda, mas também para fidelizar clientes. O diretor explica que ações voltadas ao atendimento podem fazer total diferença como solução para o problema de falta de clientes. “Os pequenos negócios podem trabalhar o aspecto do atendimento, da diferenciação com relação à experiência do cliente em relação à disponibilidade e o acesso desse pequeno negócio para com o seu mercado, também a resiliência em se adaptar à necessidade do cliente”, sugere.
Pensar em novos nichos de mercado e criar estratégias por meio do marketing digital e do mercado digital também são alternativas que os pequenos negócios podem adotar em relação às dificuldades em consumir produtos ou vender para clientes.
“O pequeno negócio tem a grande oportunidade de se diferenciar no mercado digital com as estratégias certas. Outro destaque no aspecto da diferenciação é a identificação com o território, com o município e com a comunidade. Trabalhar a estratégia de comunidade, conhecer e priorizar a relação com essa comunidade também é um fator decisivo, porque está mais próximo do cliente. Essa relação mais próxima traz um crescimento mútuo, tanto do cliente falar para a empresa na necessidade dele, como da empresa também colocar para o cliente aquilo que ela tem, que ela precisa se desenvolver”, explica.
A pesquisa nacional foi desenvolvida entre os dias 27 de novembro e 4 de dezembro de 2023, por meio de uma amostra de 6.130 respondentes de todas unidades da Federação.
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