O aquecimento global é um tema de preocupação mundial. Estima-se que a emissão de gases de efeito estufa (GEE) já aumentou a temperatura média no planeta em 1,2 graus Celsius. No entanto, medidas simples tomadas não só por consumidores, mas também por produtores rurais, podem ajudar a mudar essa realidade. E é focada nessa questão que uma coalizão formada pela parceria de quatro empresas – FairFood, dsm-firmenich, NoCarbon e CaraPreta – lançou o selo GO PLANET™, uma certificação que atesta que produtores de carnes, leites e derivados implementaram práticas de redução de emissões de metano em seu processo produtivo.
“Decidimos desenvolver uma certificação independente para a cadeia produtiva que já adota estratégias para reduzir a emissão de gases de efeito estufa”, explica Fernanda Marcantonatos, líder de Novos Negócios em Sustentabilidade da dsm-firmenich na América Latina. “O consumidor busca informação e muitos produtores que estão interessados em promover essa redução dos gases de efeito estufa querem se posicionar também dessa maneira”, diz ela.
Por meio de uma série de tecnologias no campo, já é possível reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O processo de ruminação dos bovinos, relacionado com a digestão de fibras, gera gás metano – um dos principais responsáveis pelo chamado efeito estufa – e estima-se que 65% das emissões no setor agropecuário no país sejam provenientes desse processo. Mas uma medida simples, como incluir na dieta dos animais aditivos nutricionais que levam à redução de emissões de metano, é uma importante estratégia para diminuição do impacto no efeito estufa.
O selo GO PLANET™ pode ser encontrado nas embalagens de produtos de origem animal provenientes da pecuária, sejam eles carnes ou produtos lácteos – o que garante ao consumidor a opção de escolher itens produzidos visando um menor impacto ambiental. O selo certifica a redução de emissões de metano por parte da produção na fazenda e assegura que o produto passou por um processo de rastreabilidade industrial.
“Após passar por uma auditoria de terceira parte, as empresas ganham o direito de usar o selo durante o período limitado, que vai ser definido entre a marca e a certificadora responsável pelo processo. Uma vez aprovada, esse selo pode ser estampado nas embalagens dos seus produtos. Depois desse período, a empresa tem que repetir o processo de auditoria na fazenda e na indústria ou suspender o uso do selo na embalagem”, explica Fernanda. Ela afirma que, neste primeiro momento, o foco do projeto está no Brasil, mas há planos para expansão. “A marca já está registrada em toda a América Latina”, conta.
Para obter a certificação GO PLANET™, é necessário cumprir alguns requisitos – e é preciso passar por dois níveis de auditoria. O primeiro acontece na fazenda, onde há uma checagem se os aditivos redutores do metano estão sendo adicionados de forma e na frequência correta na dieta dos animais. Também há uma checagem se não há nenhuma prática que prejudique o bem-estar do animal na fazenda. Depois, há um processo de checagem já na indústria que faz o processamento dos produtos. Tudo isso acompanhado por uma certificadora. “Não é nada autodeclaratório. É transparente, independente, tem garantia de origem, de responsabilidade e com certeza isso vai ajudar também o produtor quando ele for se posicionar num mercado com consumidores que já exigem esse tipo de prática”, diz Fernanda.
Ao escolher esses produtos certificados, o consumidor ajuda a contribuir com a redução da emissão de gases de efeito estufa, cuidando do planeta e valorizando esse tipo de iniciativa sem precisar deixar de lado hábitos alimentares que fazem parte do seu cotidiano. Carnes, leites e derivados fazem parte da dieta diária de bilhões de pessoas no planeta – e com iniciativas como essas e uma pequena mudança nas escolhas do consumidor, podem continuar fazendo parte da mesa ajudando o meio ambiente.
“Os interessados na certificação podem ser fazendas ou indústrias, mas a coalizão está recebendo demanda de restaurantes, por exemplo, que querem ter um prato com um selo, e até de supermercados que querem produtos com esse apelo nas suas gôndolas”, conta Fernanda. “Como consumidor ou como empresa, todo mundo tem um papel para ajudar a diminuir o aquecimento global. São pequenas ações que vão gerar grandes mudanças”, finaliza.
Deixe uma resposta