No embalo da migração do consumo a veículos mais baratos e econômicos, a produção de motos chegou a 1,57 milhão de unidades em 2023, o maior volume em uma década. O crescimento na comparação com 2022 foi de 11,3%, superando a expectativa da indústria, que aguardava no início do ano um aumento de 9,7% da produção.
O balanço foi divulgado nesta sexta-feira, 12, pela Abraciclo, associação que representa as montadoras do polo industrial de Manaus (AM), onde estão quase todas as fábricas do veículo.
Junto com os resultados de 2023, a entidade divulgou projeções ao desempenho do setor em 2024, apontando um avanço de 7,4% da produção, para 1,69 milhão de motocicletas, o que, se confirmado, será o melhor desempenho em 12 anos.
Só em dezembro, foram produzidas 117,9 mil motocicletas, 38,5% acima do volume registrado no mesmo mês de 2022. Em relação a novembro, houve queda de 10,7%.
Ao apresentar o balanço à imprensa, o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, destacou o empenho do setor para superar as expectativas apesar das dificuldades de recebimento de peças e escoamento da produção com a seca severa que comprometeu o transporte de cargas pelo rio Amazonas e afluentes no último trimestre do ano passado.
“Isso fez com que a gente tivesse falta de componentes e dificuldades logísticas, mas mesmo assim superamos as expectativas”, comentou o presidente da Abraciclo.
Maior polo de produção de motos fora da Ásia, as montadoras de veículos de duas rodas, incluindo motocicletas, de Manaus tiveram faturamento de R$ 31 bilhões no ano passado, empregando diretamente 16,8 mil trabalhadores.
Conforme a Abraciclo, as motos representam o modal de mobilidade que mais cresce no País. Lembrando que os juros seguirão em queda, conforme sinalizado pelo Banco Central, Bento disse que a melhora, já observada, no ambiente de crédito foi levada em conta, junto com a redução do desemprego, nas previsões positivas para o ano.
Pela previsão da indústria de motocicletas, a produção deve voltar neste ano ao patamar de 2012, em decorrência de um crescimento de 7,5% previsto para as vendas, de 1,7 milhão de unidades, e de 6,3% das exportações, que devem chegar a 35 mil unidades, aumento de 6,3% sobre o volume registrado no ano passado. No auge, no entanto, o setor chegou a produzir mais de 2,1 milhões de motos, marca superada em 2008 e 2011.
(Agência Estado)
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