No cenário econômico brasileiro, o mês de dezembro trouxe consigo uma notícia que reverberou nas prateleiras dos supermercados e nos orçamentos domésticos: a inflação registrou um aumento de 0,28%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como a medida oficial da inflação no Brasil, encerrou o mês de dezembro com um aumento de 0,28%, em comparação com o avanço de 0,24% registrado em novembro. A divulgação desse resultado ocorreu por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Seis dos nove conjuntos de produtos e serviços analisados apresentaram aumento no mês, com destaque para o setor de alimentação e bebidas, que registrou a maior variação (0,63%) e teve o maior impacto (0,13 ponto percentual). As condições climáticas, como temperaturas mais elevadas e um maior volume de chuvas em diversas regiões do país, exerceram influência significativa na colheita de alimentos, especialmente aqueles mais sensíveis ao clima, como tubérculos, legumes e hortaliças.
A alta nos preços não passa despercebido pelos consumidores e tem como explicação em fatores diretamente ligados às condições climáticas que influenciaram a produção de alimentos. De acordo com o professor e coordenador dos cursos de agrárias da Faculdade UNA em Bom Despacho e Divinópolis, integrante do Ecossistema Ânima, Gabriel Almeida Dutra, as condições climáticas desempenharam um papel crucial no cenário econômico do país. Durante o mês de novembro, com temperaturas mais elevadas e um volume de chuvas consideravelmente maior em diversas regiões.
De acordo com o professor, os tubérculos, legumes e hortaliças, sendo elementos fundamentais na dieta brasileira, foram particularmente afetados pelas variações climáticas. A sensibilidade desses alimentos às mudanças nas condições atmosféricas resultou em colheitas menos abundantes do que o esperado, refletindo diretamente nos preços desses produtos nos mercados. “O aumento da demanda aliado à redução na oferta desses alimentos essenciais cria um desafio significativo para a produção e abastecimento, contribuindo diretamente para a elevação dos índices inflacionários. A escassez de determinados produtos impacta não apenas os consumidores finais, mas toda a cadeia produtiva, desde os agricultores até os comerciantes”, salientou.
Gabriel conta que o curso de agrárias tem trabalhado, dentre outras vertentes, as perspectivas futuras que demandam uma análise cuidadosa das condições climáticas para antecipar possíveis impactos na produção agrícola. A inflação de novembro, impulsionada pela alta dos alimentos, evidencia a relação entre as condições climáticas e a economia. “Enquanto os consumidores sentem os reflexos nos preços do dia a dia, a necessidade de abordar de maneira proativa os desafios climáticos na produção de alimentos torna-se mais premente do que nunca”, informa o professor de agronomia. O cenário ressalta a importância de estratégias sustentáveis e resilientes, não apenas para garantir a estabilidade econômica, mas também para assegurar a disponibilidade contínua de alimentos essenciais para a população brasileira.
Fonte: UNA
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