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Inflação ao consumidor e juros: análise dos últimos dados e decisões no Brasil e nos EUA

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Supermercado (Foto: Tânia Rêgo/ABr)
Supermercado (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou um aumento de 0,28% em novembro, ficando ligeiramente abaixo da alta de 0,30% esperada pelo mercado. Pela análise no acumulado do ano (4,04%) e dos últimos 12 meses (4,68%), há uma desaceleração na comparação com o mesmo período do ano passado, o que sugere uma maior estabilidade no índice oficial de preços brasileiro. Em novembro de 2022, o avanço acumulado em 12 meses era de 5,90%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em novembro, seis apresentaram alta. A maior variação (0,63%) e o maior impacto (0,13 p.p.) vieram de Alimentação e bebidas. Os grupos Habitação (0,48%) e Transportes (0,27%) contribuíram com 0,07 p.p. e 0,06 p.p., respectivamente. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já o CPI (Consumer Price Index), principal medida de inflação ao consumidor nos EUA, apresentou leve alta de 0,1% em novembro, embora os analistas locais projetassem estabilidade. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, teve alta de 0,3% no mês passado e ficou em linha com o consenso. O comportamento do núcleo da inflação costuma ser monitorado mais de perto pelos investidores, uma vez que tende a mostrar melhor as tendências de longo prazo.

O índice de habitação subiu novamente em novembro, mas foi compensado pela queda da gasolina. O índice de energia caiu 2,30% durante o mês, devido a queda de 6% do preço da gasolina.

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No acumulado em 12 meses, o CPI geral chegou a 3,10% e o núcleo ficou no mesmo patamar de 4,0%. Os dados foram publicados pela Bureau of Labor Statistics (BLS).

Avaliação

As taxas de inflação mais recentes no Brasil e a melhoria do cenário externo são fatores que devem proporcionar o respaldo necessário ao Comitê de Política Monetária (Copom) para manter o ritmo de cortes da taxa de juros. Os resultados de novembro, sem grandes mudanças significativas, devem seguir favorecendo a perspectiva otimista dos investidores em relação aos ativos de risco e ao ciclo de queda de juros.

Nos EUA, a inflação também segue arrefecendo, mas ainda com certa dificuldade de chegar a meta de 2% estipulada pelo Fed. Esse é o principal motivo de um viés mais cauteloso, uma vez que é preciso um cenário sólido para o início da queda dos juros pela autoridade monetária.

Isso foi demonstrado na última reunião do ano dos comitês que decidem taxas de juros. O Copom reduziu os juros em 0,50%, passando a Selic de 12,25% para 11,75%. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), por sua vez, manteve a taxa-alvo de fundos Fed entre 5,25% e 5,50%. Ambas as decisões vieram conforme o esperado.

Como a expectativa dos investidores em relação ao futuro guia a direção do mercado, o horizonte mais estável vem sendo precificado na bolsa local e americana, que caminham para fechar o ano de 2023 com uma boa rentabilidade.
Por fim, as medidas de inflação abaixo das expectativas colaboram para a queda da taxa de juros e impulsionam os preços das ações. Por outro lado, os indicadores de inflação acima das expectativas contribuem para elevação ou manutenção da taxa de juros e gera efeitos negativos nos preços dos papéis.



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