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Marcas de celulares chinesas caem no gosto dos consumidores brasileiros

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O mercado mundial de celulares foi dominado por três marcas no ano passado: a americana Apple, a coreana Samsung e a chinesa Xiaomi. Juntas, elas somaram mais da metade das vendas de aparelhos em 2023, que atingiram mais de 1,1 bilhão de unidades. Mas o que vem chamando a atenção dos especialistas é o crescimento da participação de aparelhos chineses no mercado de vários países — incluindo o Brasil.

Distante do passado, quando eram considerados cópias de modelos mais caros e feitos com materiais de qualidade inferior aos seus concorrentes, as fabricantes chinesas “viraram a chave” e oferecem atualmente uma variedade de modelos, design elegante, recursos de câmera avançados e desempenho poderoso. Essa repaginação promovida pelas marcas está mudando a percepção do consumidor de que os celulares chineses “são bonitos, mas duram muito pouco”, dizem os especialistas.

— Os celulares chineses estão virando objeto de desejo. Além de oferecer muita tecnologia, design bonito e câmeras potentes, possibilitando fotos de alta resolução, têm preço acessível. Os modelos premium custam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil — explica Lucas Gilbert, chefe de produtos da Allu, maior plataforma de assinatura de eletrônicos da América Latina.

Andréia Sousa, analista de consumo da IDC Brasil observa que a participação dos celulares chineses no mercado brasileiro vem crescendo desde 2019. Em 2018, eles tinham 0,5% de participação e,no ano seguinte, essa fatia subiu para 5,44%.

— Esse fenômeno pode ser explicado pela combinação de alguns fatores como preço competitivo, variedade de modelos, facilidade de entrada nos canais de vendas brasileiros e preferências dos consumidores para novas marcas — lembrando que em 2023 a fatia dos chineses pode ter ultrapassado a 15% no país.

Num ranking mensal divulgado pela AnTuTu Benchmark, ferramenta de avaliação comparativa para smartphones, os aparelhos fabricados na China têm aparecido nas primeiras posições. O OnePlus Ace 2, por exemplo, alcançou o primeiro lugar neste ranking, com 1.660.000 pontos. O aparelho oferece recursos multimídia, display de 6.74 polegadas e apresenta navegação pela internet muito rápida, além de uma poderosa câmera que permite tirar fotos com alta resolução. Além do OnePlus, aparelhos da Vivo (marca chinesa que não é a operadora de telefonia celular), Oppo, Xiaomi dominam por completo a lista da AnTuTu.

Pela primeira vez, em 12 anos, a Apple superou a Samsung e se tornou, em 2023, a maior fabricante de smartphones do mundo. Mas ela está sendo seguida de perto pelas chinesas: a Xiaomi apareceu em terceiro lugar, seguida das também chinesas Oppo e Transsion, completando os cinco primeiros lugares do ranking.

No Brasil, essas marcas também estão na liderança das vendas segundo a plataforma StatCounter, que analisa o mercado de smartphones e outros segmentos. Mas o desempenho da chinesa Xiaomi chama a atenção por aqui.

Os aparelhos coreanos da Samsung aparecem em primeiro lugar na preferência dos brasileiros, com participação de 37,5% nas vendas. Em seguida, surge a americana Motorola, com 19,1% das vendas, seguida da Apple, com 18,2%. A Xiaomi aparece em quarto lugar com 15,3% do mercado, mas foi a única a apresentar crescimento nos últimos meses no mercado nacional.

De novembro de 2022 até agosto do ano passado, a Xiaomi manteve a mesma parcela do mercado brasileiro, com 12% de participação. Em setembro passado, subiu para 13,12%, e chegou a 14,36% em outubro. Em novembro a empresa fechou com 15,32%. O levantamento da StatCounter prevê que se a Xiaomi mantiver o ritmo de crescimento pode superar Motorola e Apple até março deste ano e se tornar o segundo maior player do segmento no Brasil.

“As marcas chinesas crescem em diversos mercados. Elas investiram muito em chips, telas, armazenamento, baterias e nos materiais dos aparelhos. Isso proporciona vantagens tecnológicas e de custo”, escreveram em relatório analistas da International Data Corporation (IDC), empresa de inteligência de mercado e consultoria em tecnologia da informação, telecomunicações e tecnologia de Consumo.

O vice-presidente da Positivo Tecnologia, Norbert Maraschin, observa que o mercado de celulares precisa de escala para ter preços competitivos, além do desenvolvimento de novas tecnologias. E o Brasil figura entre os maiores mercados consumidores do mundo — por isso é um país estratégico para a China.

Desde 2021, a Positivo fechou uma parceria com a chinesa Transsion para fabricar aparelhos da marca Infinix no Brasil, uma linha de celulares premium, que começa com preços a partir de R$ 1,9 mil. A Infinix tem um portfólio de dez aparelhos, mas se prepara para lançar novos produtos em breve.

— A construção de uma marca não é fácil. Mas com a confiança que os varejistas e clientes têm na Positivo por oferecer produtos de qualidade, a marca Infinix tem crescido no Brasil — explica Maraschin, que lembra que os chineses investiram na produção local dos aparelhos nas fábricas da Positivo em Manaus e Ilhéus.

Com produção nacional, as empresas evitam o chamado “grey market” (mercado cinza), que envolve produtos originais contrabandeados, mas que entram ilegalmente no Brasil. A estimativa é que o setor tenha movimentado vendas de 2,7 milhões de aparelhos em 2022, redução de 24,6% em relação ao ano anterior, segundo a IDC. No mercado legal, foram vendidas 42 milhões de unidades no Brasil em 2022, número que deve ser ligeiramente inferior em 2023. As estatísticas do ano passado ainda não foram divulgadas.

A chinesa TCL, fabricante chinesa de telas de TV, também voltou a produzir celulares no Brasil, em outubro passado, através de uma parceria com a brasileira GBR Componentes, na Zona Franca de Manaus.

Andréia Sousa, da IDC, afirma que o preço mais baixo e a concorrência e tecnologia embarcada nos aparelhos destacam as marcas chinesas. Mas ela adverte que algumas delas ainda não oferecem suporte local como assistência técnica, disponibilidade imediata de peças e garantia, já que algumas entraram recentemente no mercado brasileiro explica.



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